VISTA DA CIDADE ATRAVÉS SATÉLITE

VISTA DA CIDADE ATRAVÉS SATÉLITE
CIDADE ROMANA

BATE BATE CORAÇÃO

QUEM NÃO TEM SAUDADE DELES ?

DESEJO-VOS UMA


Boa Viagem



quinta-feira, 21 de outubro de 2010

XX ACAMPOVANA




RELATOS
DE
UMA ACAMPOVANA
REALIZADA
NA MINHA CIDADE

NOS DIAS 17, 18 E 19 DE SETEMBRO DE 2010


PROMOVIDA PELO C.C.C.B.
XX ACAMPOVANA



Sumário:
História da minha Cidade
Idade da Pedra
da Pedra Lacada - 250.000 a 50.000 a.C. – Na região de Braga foram descobertos muitos vestígios de antigas localidades habitadas por humanos, os quais se encontram patentes no Museu D. Diogo de Sousa, de Braga.
da Pedra Polida - 10.000 a.C. a 3.000 a.C. - A cultura megalítica comprova-se pela presença de uma “Mamoa”, na Freguesia de Lamas, muito perto de Braga.
Idade dos Metais - 3.000 a 218 a.C.
1.000 A.C. - Povos oriundos da Pré-história, os Celtas ou Gauleses (povo que foi narrado por Apiano, historiador Grego – anos 95 / 165 d.C.) instalam-se no atual sítio da cidade, no alto do monte da Cividade, conforme indícios encontrados no sítio. Ficam a ser apelidados de Bracatos ou Braccatis.
Idade antiga - de 4.000 a.C. a 476 d. C.
Domínio Império Romano
Anos 138-136 a.C. – Legiões de soldados romanos, chefiadas por D. Junius Bruto, apossam-se do Noroeste da Península Ibérica, passam o Rio Minho, chegam á zona de Braga e desbaratam os Celtas depois de violenta investida aos seus Castros.
Anos 27 a.C. – Durante o Império Romano de Augusto César, dá-se o início da construção da cidade, denominada “Augusta” e ao Imperador Romano dedicada. Assim se fundou a célebre e conhecida Cidade romana, chamada de  “Brácara Augusta”, hoje a minha bem-amada cidade de Braga.
Anos 14 a 68 d.C. – Abrem-se as primeiras vias romanas (estradas empedradas) que ficam a ligar a cidade Brácara Augusta a outras importantes cidades romanas, que de denominavam:
         - VIA XVI – Direção Sul – Destino a Olisipo “Lisboa” – Cale com passagem por Cale “Porto” e Aeminium “Coimbra”;
         - VIA XVII – Direção Leste – Para Astúrica “Astorga” passando por Aqua Flaviae “Chaves”;
         - VIA XVIII – Direção Nordeste – Via Nova - Para Astúrica “Astorga” pelo Gerês;
         - VIA XIX – Direção Norte – Para Astúrica “Astorga” por        Limia “Ponte do Lima” e Luco “Lugo”;
          - VIA XX – Direção Nordeste – Via per loca Maritima - Para Astúrica “Astorga” seguindo pela costa até Luco “Lugo”.
         Teria existido ainda um outro itinerário entre Brácara Augusta e Eméria (Mérida) a capital da Lusitânia.
Ano 285 a 409 – Braga torna-se Capital da Galécia.
Domínio Bárbaro (Vândalos, Suevos e Alanos)
Ano 409 a 715:
- Por consequência das infiltrações estáveis dos povos bárbaros o território da Hispânia, desprotegido por parte dos enfraquecidos e desorganizados exércitos romanos, é ocupado e o terra é repartida por este novo conquistador.
Ano 411:
– Os Suevos, comandados pelo Rei Hermerico, por serem os primeiros bárbaros a chegar á Península ocupam a região a Norte do Rio Douro formando o “Reino Suevo – monarquia Suevo-Lusitânica” que abarca a Galiza e, mais tarde, se prolongaria até ao Rio Tejo. Como sua Capital política e inteletual escolhem a cidade Brácara Augusta. A esta ocupação assistiu o presbítero (sacerdote) Paulo Orósio que deixou registado que este povo pagão “depressa trocou a espada pelo arado e se fizeram amigos”. Viriam a ser convertidos ao cristianismo por S. Martinho de Dume.
Ano 417:
- Este povo Suevo sai vitorioso do ataque que lhes fizera os Alanos.
Ano 448:
- O Rei Suevo Requiário cunha a primeira moeda, com o seu próprio nome.
Ano 470:
- Domínio Império Visigodo – O Reino Suevo fica diminuído porque manteve constantes lides com outros povos. Os Visigodos (Gôdos), conhecedores dessa fragilidade, atacam o exército Suevo e assaltam a desprotegida cidade Brácara Augusta.
Ano 585:
- O Reino Suevo envolve-se em excessivas birras internas o que predispõe a que os Visigodos aprontem um novo e definitivo ataque á cidade. Assim aconteceu e a cidade seria conquistada e ocupada, pelo exército Visigodo comandado pelo Rei Leovigildo. Com a captura do Rei Andeca (Suevo) o Reino Suevo termina e o terreno ocupado fica anexado ao reino Visigodo, com capital política em Toledo.
Idade alta Média - Século V ao Século X
Domínio Islâmico
Ano 711:
- Com o objetivo de expandir o Islão, os Muçulmanos sob o comando de Tarik Ibn-Ziyad, que lidera um exército de 7000 árabes, entram pelo estreito de Gibraltar e derrota as fortes hostes do Rei Visigodo Rodrigo, compostas por mais de 90.000 homens.
Ano 715:
- Os muçulmanos, chefiados por Abdelazim, fazem diversas incursões ao Norte da Península onde atacam e pilham a cidade de Braga.
        Os Bispos da cidade estão fugidos em Lugo (Espanha) onde ficaram a residir até o final da ocupação dos Mouros. Infiéis que só sairiam definitivamente de Portugal no ano de 1249, após a reconquista de Faro.
        Pela sua importância religiosa, e até o ano 753, os árabes fazem inconstantes invasões á cidade, provocando novos saques e destruição, razões para o despovoamento da cidade.
Ano 1086:
- Os exércitos árabes dominam a Península mas, com o início da Guerra Santa movida pelos Reis Católicos contra os infiéis, são aos poucos expulsos do território.
Ano 1092:
– Oriundo de Borgonha surge na Península o Conde D. Raimundo a quem lhe é conferido o governo de toda a Galiza. Mais tarde aparece na Península o príncipe D. Henrique de Borgonha, de família ducal, (futuro Conde de Portucale), que certamente atraído pela fama conquistada pelo seu primo D. Raimundo, vem combater os sarracenos debaixo da bandeira de D. Afonso VI, Rei de Leão e Castela.
        Braga é reconquistada aos Mouros e os bispos refugiados em Lugo regressam á cidade.
        Pela agilidade prestada durante a guerra contra os muçulmanos o Conde D. Henrique (de Borgonha) recebe do Rei de Leão e Castela o Condado de Portucale (território desmembrado da Galiza, junto ao Rio Douro) e a cidade de Braga é oferecida como dote, por D. Afonso VI, a sua filha ilegítima D. Teresa pelo seu casamento com o Conde D. Henrique.
Ano 1093:
O Conde D. Henrique atravessou o Rio Mondego, tomou Santarém, Lisboa e Sintra, alargando assim o território sob o domínio cristão.
        O Conde D. Henrique viria a falecer em Astorga (depois de uma guerra civil) de onde foi trasladado para Braga. Em 1512 o Arcebispo D. Diogo de Sousa viria a sepultar os restos mortais do Conde e sua esposa numa das capelas da Sé Catedral.

Idade baixa Média - Século XI ao Século XV
Nos meados dos anos 1070 o 1.º Bispo de Braga, D. Pedro, impele a construção de uma nova Igreja (Sé), que seria erigida sob as ruínas de um grande edifício romano e de um outro templo do Alta da Idade Média. Esta iniciativa estimula a reconstrução da cidade que aumentaria em volta da construção desta Catedral.
            Os restos dos arruinados edifícios romanos são aproveitados como material para a construção dos novos edifícios (mosteiros, conventos, igrejas e outras obras). Com a reconstrução da nova cidade as edificações de traça romana iam desaparecendo.

Idade Moderna - Século XVI ao Século XVII
Ano 1505:
– No dia 11 de Julho D. Diogo de Sousa (1461-1532), através de uma Bula, é nomeado Arcebispo de Braga, o que seria determinante para o engrandecimento da Cidade.
        Uma nova cidade começa a surgir em terrenos extra-muros medievais da cidade.
        D. Diogo de Sousa concebe novos e largos espaços que, séculos volvidos, ainda hoje permanecem como sejam: A Avenida Central, o Campo da Vinha, Largo Carlos Amarante e o Largo das Carvalheiras.
            Manda abrir novas ruas, construir novas igrejas (como a da Senhora-a-Branca) e uma nova porta da cidade (Arco da Porta Nova).
        Organiza um grande colégio em Braga onde o ensino de aprender a ler e escrever é gratuito.
        É responsável pela construção da atual capela-mor da Sé Catedral e também pelos túmulos do Conde D. Henrique e D. Teresa de Leão, pais do 1º Rei de Portugal.
Idade Contemporânea - Século XVIII ao Século XX
André Soares (1720-1769) foi um arquiteto de Braga que fez obras do estilo barroco rococó, que foram consideradas obras expoentes do estilo Rococó europeu. Foi o autor da Capela de Santa Maria Madalena (Falperra), do edifício da Câmara Municipal de Braga, do Palácio do Raio, Da Igreja dos Congregados, do Arco da Porta Nova, entre outras.
Carlos Amarante (1748-1815) com 23 anos interrompeu a carreira eclesiástica para se casar. Formou-se em Engenharia e Arquitetura, criando assim grandes obras como: Bom Jesus, Igreja do Pópulo, Igreja do Hospital, entre outras.

Mas a cidade de Braga não é só uma cidade de tradições seculares, Braga é também uma cidade em grande desenvolvimento. É uma cidade para descobrir sem pressas, de mapa na mão, num passeio a pé que nos transmitirá a ambiência desta cidade, do tempo antigo misturado com o tempo moderno. O corpo seguirá o olhar, errando e descobrindo: Aqui uma Praça, ali um Jardim, acolá uma fonte, depois um monumento, mais á frente uma imponente Igreja… e, lá naquele lado, no lado onde nasce o sol que nos aquece, os três Sacro-Montes.
Só assim se apreciará a grandiosidade e a graciosidade que esta maravilhosa cidade minha pode oferecer.

Setembro 2010.

Luís Massa



NARRATIVA:
O QUE FOI A ACAMPOVANA?

Eram umas 15 horas, do dia 17 deste mês de Setembro (sexta-feira), quando cheguei ao recinto do PEB (Parque de Exposições de Braga) e o calor era muito elevado. Os companheiros Pepe e Luís já lá estavam na companhia das suas esposas.
Esperava um tempo mais ameno, sem aquela elevada temperatura, fora época, que se fazia sentir no recinto do P.E.B.. Mas as surpresas não ficaram por aqui: Estávamos bem perto das 17H30 e o recinto começa a ser refrescado por uma repentina e valente chuvada. Era chuva aos potes. Mais surpreso ainda ficaria se não conhecesse a Cidade de Braga por ser o “Penico do Céu”. Às 19H00 a tormenta tinha passado, e o Rio Este, bem ao lado, tinha extravasado as suas margens.
As 22 horas estavam quase á porta e já os acordes do “Grupo de Rusga Caminhos da Romaria” se faziam ouvir. Afinavam-se os instrumentos músicais e aqueciam-se as vozes para as próximas cantigas de festa de romaria e outros géneros musicais populares. A noite estava nos “triques” e, às 22 horas, começa a atuação do grupo. As concertinas, os cavaquinhos, as violas, as braguesas, os bandolins, os violões, os reco-recos, os ferrinhos e outros instrumentos tradicionais (faltou a flauta) das antigas rusgas do Minho começaram a ser ouvidos para deleite dos companheiros e companheiras presentes. Este grupo musical, de sete elementos, diz ter nascido em 1994 de uma ida a um concurso televisivo “A Filha da Cornélia” e já editou três CDs.
     A meia-noite já lá ia e a música (muito agradável e de grande qualidade) ainda se fazia escutar, sem que alguém pretendesse arriar pé.
Mas o fim do espetáculo tinha de acontecer porque esperava-nos um próximo dia com muito percurso para calcarrear.
Às 9 horas da manhã do dia seguinte, sábado-dia 18, já estávamos a sair do PEB, num autocarro dos TUB, com destino ao centro da cidade.
     Apeamo-nos frente ao “Museu Nogueira da Silva” (digno também de um dia ser visitado por vós) e lá fomos passear, encaminhados e informados na companhia de um guia turístico pelos seguintes locais:
     ARCADA – Foi mandada construir por D. Rodrigo Moura Teles, em 1715, no mesmo lugar onde o povo se aglomerava com o fim de comercializar os produtos para abastecimento da cidade, séc. XVI.
     As obras da actual Arcada, que aproveitaram a muralha do castelo medieval, foram concluídas em 1885, sendo o seu projeto atribuído a André Soares (1720-1769). Este ex-líbris da cidade passou a ter dois pisos e a ampla praça á sua frente foi transformada num aprazível Jardim Público da cidade.
     A Capela engastada na Arcada, chamada da Senhora da Lapa, é da autoria de André Soares, foi construída com a autorização do então eleito (1758) arcebispo de Braga D. Gaspar de Bragança (filho legitimo do Rei D. João V) dado que o local acolhia muitos devotos que se congregavam com grande fé, rezando o terço, cantando e pregando.
     A torre sineira foi edificada em 1761 e a capela foi benzida em 7 de Setembro de 1764.
     O Largo da Arcada, entre Junho de 1994 e Julho de 1995, sofreu uma grandíssima modificação. O ainda atual Presidente da Câmara, Eng. Mesquita Machado (meu ilustre conhecido), concebeu que o trânsito teria de sair da superfície das principais ruas históricas da cidade a fim de as devolver aos peões. Se assim meditou melhor atuou. Aprontou logo a construção de um túnel para que o trânsito rodoviário pudesse chegar ao centro da cidade sem ter que usar a superfície. Construíram-se enormes parques de estacionamento subterrâneo, muito bem localizados, no subsolo das principais artérias da cidade e, na superfície destes, surgem agora esplendorosos jardins públicos, cobertos de belas flores que aromatizam e embelezam a cidade, com fontes luminosas, árvores, bancos em granito e muita luz. As ruas movimentam-se agora ainda muito mais, enchem-se de vida e alegria. As grandes marcas mundiais procuram agora a cidade e logo adquirem espaços comerciais para promoverem os seus produtos, transformando assim aquelas artérias da cidade também conhecida por ser a “CIDADE DO COMÉRCIO”.
A Praça fronteira á Arcada e a parte Norte da Avenida da Liberdade modificam-se, e a Cidade adquir maior beleza e grande espaço pedonal.
A Arcada, esplêndido hall e ex-líbris da cidade, é agora muito mais frequentado por bracarenses e forasteiros, é um local com animação e muita envolvência, com dois cafés emblemáticos, ambos já centenários, o Vianna e o Astória, que utilizam agradáveis esplanadas para que os seus clientes possam saborear as suas refeições, ou o seu café, num espaço ao ar livre, sem complexos, em paz, numa perfeita descontracção que aquele belo lugar refrescado pelos “jatos d’água soltados pela fonte” oferece.
Também não esqueço aquelas frondosas tílias, da Avenida Central, que envolvem a atmosfera daquele espaço, exalando-o com um perfume irrepreensível.
     LARGO BARÃO S. MARTINHO – Neste Largo se encara com um edifício onde está um café “A Brasileira Velha”, bem conhecido da cidade e por mim muitas vezes frequentado, onde as suas mesas redondas apresentam-se com o tampo de vidro riscado por milhares de chávenas de "café de saco”, de moedas de Réis, de Escudos ou de Euros. Nas suas cadeiras, em couro, de sentaram gerações de pessoas que elegiam este bonito estabalecimento como parceiro para muitos momentos, bons ou maus, curtos ou longos, sós, entre familiares ou amigos. Felizmente para a cidadeque este café, que nasceu no dia 17 de Março de 1907, não teve a morte que já levou a “Brasileira Nova", que se situava mesmo em frente, no outro lado da esquina da Rua, que era então frequentado por gente conservadora, ligada ao regime de Salazar. Este emblemático café da cidade foi fundado por um vice-consul do Brasil em Braga, de nome Adholfo de Azevedo. Em 1937 foi adquirido pelo Sr. Joaquim Queiróz (que eu conheci bem) que o manteve até 1977. No ano de 2004 foi comprado por Armindo Pinheiro, de Ponte da Barca, emigrado no Brasil, onde no Rio de Janeiro possui algumas lanchonetes. Hoje, depois das obras de restauro e modernização que o interior deste café sofreu entre Setembro de 2008 e Março de 2009, podemos contemplar a beleza deste estabelecimento, que manteve a sua traça original. É atualmente gerido pelas filhas do investidor.
Deste Largo também se mira a antiga “Torre de Menagem” do castelo medieval que circundava a cidade de Braga e que foi demolido em 1906. A cerca defensiva da cidade já remonta ao séc. III, era em formato poligonal e possuía torreões semi-circulares. Um segundo muramento se ergueu a partir do séc. XI para complementar a antiga muralha romana. Em 1145, o arcebispo de Braga, D. João Peculiar (1139-1175) garantiu aos Cavaleiros da Ordem dos Templários uma importante casa na cidade. Sob o reinado de D. Dinis (1279-1325) iniciou-se uma nova muralha, complementada pela torre de menagem. As obras iam em ritmo lento e, na década de 1270, permitem a invasão da cidade pelas tropas de Castela, que lá estiveram até 1385, época em que o Rei D. João I (1385-1433) dispensa melhores cuidados de defesa e reforça a muralha com novas torres, em planta quadrangular.
     RUA DO SOUTO – É uma das muitas ruas pedonais que a cidade de Braga possui e liga o Largo de S. Martinho ao Largo do Paço. Construída em 1466 a mando do Arcebispo D. Diogo de Sousa foi considerada para a época uma Rua muito larga. Foi construída sob um anterior caminho, ladeado de castanheiros, que dava acesso ao antigo castelo da cidade. A madeira dos castanheiros abatidos foi usada na cúpula da . Em tempos mais recente, entre 1914 e 1963, por lá passava a linha n.º1 dos nostálgicos elétricos de Braga.
É uma zona comercial por excelência, onde dá prazer passear, ver montras, fazer compras e ao mesmo tempo apreciar as caraterísticas do centro histórico da cidade. Nesta Rua do Souto temos a conhecida “Casa das Bananas”, que no meu tempo de moço (anos 60/70) era muito frequentada nas manhãs de Domingo, para lá se comer um boa banana Colombiana acompanhada com um pequeno copo dos famosos Moscatel de Setúbal. Hoje, essa tradição alastrou ao dia da consoada. Há três décadas que das 17h00 às 20h00 do dia de 24 de Dezembro ninguém ali vai para comprar produtos para a ceia, vão sim comer bananas colombianas e beber um copinho de moscatel de Setúbal. Mesmo em frente tínhamos o Sindicato do Comércio de Braga em cujo edifício existe um belo salão “Sala Egípcia”, onde funcionava o bar, com as suas paredes decoradas com extraordinárias pinturas de arte egípcia e também uma barbearia, a mais antiga de Braga.
     RUA D. DIOGO DE SOUSA – Também é uma Rua pedonal que vai do Arco da Porta Nova até ao Largo D. João Peculiar, e lá se encontra a Igreja da Miserisórdia, o tradicional comércio e a Associação Comercial de Braga.
     LARGO DO PAÇO - Onde fica o Antigo Paço do Arquiepiscopado Bracarense, que foi palácio dos Arcebispos de Braga, monumental edifício que está delimitado a leste pelo Jardim de Santa Bárbara, a oeste pela Praça do Município e a sul pelo formoso Largo do Paço. É formado por três corpos, ou alas de construção, de épocas e características diferentes.
     1. A ala Poente foi construída pelo Arcebispo D. Agostinho de Jesus. Nele estão incrustadas as suas armas. No brasão central lê-se “D. Agostinho de Jesus, Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas”. O varandim virado para o Largo D. João Peculiar e servia para o Arcebispo assistir às procissões.
     2. A ala Nascente é constituída por dois edifícios. O edifício ao lado da Rua do Souto deve-se ao Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles e servia de Casa da guarda. O edifício mais no interior deve-se ao Arcebispo D. Manuel de Sousa e funcionou como Tribunal da Relação e depois como Tribunal de Primeira Instância Civil.
     3. A ala Norte é de um só edifício que foi também edificado pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles. Por baixo do brasão do arcebispo está uma frase inscrita em latim, que traduzida lê-se: “Ó casa antiga! Quanto é diferente o Senhor que te possue”. Esta frase foi pronunciada por Frei Bartolomeu dos Mártires quando ali chegou. Depois mandou ainda acrescentar a seguinte frase: "Como é indigno o que hoje vem ocupar o vosso lugar”. Esta frase latina deve-se a Cícero.
Hoje em dia alberga a Biblioteca Pública, o Arquivo da Cidade e a Reitoria da Universidade do Minho.
No centro do Largo temos o emblemático e belo “Chafariz dos Castelos”, que foi mandado construir em 1723 pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles. Nesta construção estão apurados os símbolos heráldicos: A taça, que é suportada por anjos, é ladeada por seis castelos e o sétimo castelo constituí a coluna que serve de base á imagem feminina que simboliza a cidade. É de tal maneira distinta para a cidade que o seu desenho chegou a ilustrar as velhinhas e saudosas notas de 500$00. Lembram-se?
E lá chegamos ao Largo D. João Peculiar (onde temos a Igreja da Misericórdia) entrando pelo Portal Norte, para então conhecermos o interior da Sé Catedral de Braga, o monumento mais importante da cidade e também o maior símbolo da sua história.
Falar-se de Braga sem referir a sua Sé Catedral é a mesma coisa que ir a Roma e não ver o Papa.
A cidade Brácara Augusta (atual cidade de Braga) foi, desde a ocupação romana, sede de bispado e mais tarde elevada á categoria de arcebispado. Com o empenho dos Suevos e Visigodos, a Sé de Braga adquiriu notoriedade e seria já um edifício de grande dignidade e beleza, mais tarde arrasado pela ocupação árabe em 716.
A partir de 1070, com a expulsão dos árabes, começam obras que vão até ao reinado de D. Afonso Henriques.
A Sé de Braga é dos mais importantes templos do românico português. Mandada construir pelo 1ºarcebispo da Sé D. Pedro de Braga (1070-1093), por cima das ruínas de um outro antigo templo dedicado á deusa egípcia Ísis, que era venerada pelos romanos muito antes da fundação de Portugal – 1143. Daí nascer o velho e popular provérbio português "Isso é mais velho que a Sé de Braga.
A planta inicial para a construção da Sé era de grandes dimensões e compreendia cinco naves. Foi reduzida no século XII para um plano em cruz latina e com três naves, transepto e cabeceira tripartida, mantendo a monumentalidade e harmonia construtiva.
Contudo, renovações sucessivas nos séculos seguintes conferiram-lhe um conjunto diversificado de estilos arquitectónicos (o românico, o gótico – manuelino – e o barroco) que vão desde a sua fundação (1093) até os nossos dias.
Por indicação do arcebispo D. Paio Mendes foi planeada a reconstrução da Sé - que tinha sido (séc. XII) destruída pelos adeptos de D. Teresa - com três naves divididas em seis tramos, separados por seis arcos, de volta perfeita, de cada lado e sustentados por colunas. Deste período ainda hoje podemos admirar:
     - A nave central, mais alta que as naves laterais;
     - O Portal principal, onde subsistem duas arquivoltas decoradas com animais fantásticos;
     - O Portal Lateral Sul (Porta do Sol) com arcos e capitéis decorados com motivos geométricos e figuras humanas e animalescas.
O templo que foi erigido por influência do Arcebispo S. Geraldo de Moissac, que é Padroeiro da Cidade, a quem o Conde de D. Henrique e D. Teresa confiaram a obra.
A Sé agrega ainda a Capela dos Reis, a Capela S. Geraldo, a Capela da Piedade, a Capela da Glória e o Museu Tesouro da Sé.
     Iniciamos a visita na Sé Catedral de Santa Maria de Braga:
     - A Igreja (SEC. XI) - O seu interior é de três naves, que combinam estilos diferentes: O românico, o gótico e o barroco.
De grande efeito estético é a cobertura da capela-mor, que contém a primeira abóbada de nervuras realizada em solo nacional, encomendada em 1509 por D. Diogo de Sousa. O magnífico frontal do altar-mor, feito em pedra de Ança, é um exemplar bem representativo da escultura manuelina.Lá está exposta a magnífica imagem francesa de Santa Maria de Braga, do séc. XIV, encantadora imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus nos braços, e um belissimo Sacrário em prata trabalhada. Este altar é banhado pelos raios solares que atravessam o belíssimo vitral da abside.
No coro alto temos o cadeiral e os órgãos de tubos. O Órgão do Evangelho (1737) e o Órgão da Epístola (1739) (que ainda hoje funcionam em pleno) obra de excepcional concepção e execução, em talha dourada. O Cadeiral (1737) é obra do entalhador/arquiteto portuense Miguel Francisco Silva. A mecânica dos conhecidos orgãos de tubos, um deles com 2.400 tubos, são obra do mestre galego Frei Simão Fontanes, e as suas duas caixas (1737-1739) foram entalhadas e esculpidas por Marceliano de Araújo.
Nas naves laterais pendem os estandartes com os brasões de todos os concelhos da diocese: Esposende, Barcelos, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão, Povoa do Lanhoso, Celorico de Basto, etc..
É também notável o túmulo do Infante D. Afonso, filho primogénito do Rei D. João I, feito em cobre, e a Pia Baptismal do estilo gótico-manuelina.
     - A Capela de S. Geraldo (séc. XII) – Decorada em talha barroca, foi mandada construir pelo arcebispo Geraldo de Moissac em honra de S. Nicolau. Porque este arcebispo veio a ser considerado Santo o arcebispo D. Fernando Gens dedica-lhe a capela, sepultando lá o seu corpo. O espaço interior foi remodelado pelo arcebispo D. Rodrigo Moura Teles, que aqui colocou o seu túmulo.

História que se conta a respeito deste Santo

Depois de longa e laboriosa vida apostólica, em que incentivou a construção de muitas igrejas e mosteiros em sua ampla diocese, São Geraldo encontrou-se enfermo, com febre ardente e muitíssima sede, que água nenhuma aplacava. Pediu ele, então, para lhe servirem suco de frutas frescas. Mas estava-se em pleno inverno... não havia fruta alguma nas árvores. Embora desejosos de atender ao pedido de tão santo varão, seus auxiliares nada encontraram nos pomares nem nos campos, a não ser árvores desfolhadas. Voltaram consternados e lhe explicaram o sucedido. O santo repetiu que, por caridade, lhe trouxessem suco de frutas frescas.Movidos por amor e compaixão, saíram novamente os clérigos, a procurar nos mesmos locais e - oh milagre! - desta vez encontraram toda espécie de frutas: laranjas, maçãs, cerejas, pêssegos, uvas e tangerinas. Colheram tudo quanto puderam, preparando um delicioso suco para o enfermo. Assim reconfortado e com sua sede aplacada, pôde este preparar-se serenamente para o grande encontro com Nosso Senhor Jesus Cristo, que ocorreu na tarde desse mesmo dia.
Anualmente, no dia 5 de Dezembro, se celebra festa em sua honra e, entre outros atos de homenagem, o lindo altar dourado é decorado com várias espécies de frutas, todas oferendas dos fiéis que lá se deslocam nesse dia.
O resultado desta oferenda é muito agradável para os sentidos e para o olfato e não há quem não se surpreenda diante de tão original ideia.


     - A Capela dos Reis (séc. XV) – Em estilo gótico foi mandada construir em honra da Virgem Maria pelo arcebispo de Braga D. Lourenço Leite, que esteve presente na Batalha de Aljubarrota. Nesta capela jazem os pais do primeiro Rei de Portugal, D. Henrique de Borgonha (Conde de Portucale) e Dona Teresa de Leão. Também nela está sepultado D. Lourenço Vicente.
     - A Capela Nossa Senhora da Glória (séc. XIII e XIV) – Construída pelo Arcebispo D. Gonçalo Pereira (1236-1248), para seu monumento funerário, possui antigos testemunhos de pintura a fresco subsistente entre nós.
     - A Capela da Piedade (séc. XVI) – Construída a mando do Arcebispo D. Diogo de Sousa (1513) que lá está sepultado.
     - A Galilé - Em finais dos anos 1400, inícios de 1500, foi por iniciativa do arcebispo D. Jorge Costa acrescentada á fachada da Sé uma Galilé do estilo gótico. O Arcebispo que o procedeu, D. Diogo de Sousa, completou a sua decoração, fechando-a com uma belíssima grade de ferro, para assim proteger a capela-mor.
     - A Cabeceira (Altares) (séc. XVI) – É constituída por cinco capelas que se encontram á “cabeceira” da Igreja. A cabeceira é formada por abside e quatro absidíolos, sendo o transepto e a capela-mor separados por arco de triunfo ogival.
Obra do gótico final é o esplendoroso frontal de altar em calcário branco, fragmento que subsistiu do antigo retábulo-mor, mutilado pelas campanhas do século XVIII.
     - Os Claustros (séc. XIX) – Foram construídos para substituir outro anterior, gótico, que ameaçava ruína. Aqui de encontra a sepultura da Irmã Maria Estrela Divina. Existe um outro claustro mais antigo, chamado dos Réis, porque nele se sepultaram os Reis Suevos.
No final desta visita dirigimo-nos então para o Museu Tesouro da Sé possuidor do maior e mais majestoso espólio de arte sacra que existe em Portugal, o
“Museu-Tesouro da Sé”
     O Museu está instalado desde 1930 na antiga Casa do Cabido, anexa á Catedral, que foi mandada construir, séc. XVIII, pelo Arcebispo D. Rodrigo e Moura Teles. Recentemente (2003 a 2007) o Museu foi remodelado e ampliado a cinco casas contíguas, ocupando agora cerca de 1482 m2 de salas de exposição, serviços educativos, serviços administrativos e outros. Estas obras foram inauguradas a 30Mar2007.
     O Museu -Tesouro da Sé, Museu de Arte Sacra, possui no seu interior um vasto espólio de inestimável valor. Destacam-se entre as suas peças um órgão portátil do séc. XVII e uma Custódia em prata dourada com 450 diamantes incrustados, do séc. XVIII. As peças expostas neste museu cobrem um período de mil e quinhentos anos.
     O Museu está em formação desde a sua fundação e acolhe um valioso espólio, constituído pelas seguintes principais coleções: Ourivesaria, Escultura, Pintura, Têxtil, Mobiliário, Cerâmica e Arqueologia.
     Ourivesaria – Formada por um conjunto de alfaias litúrgicas (cálices, custódias, cruzes, lanternas, castiçais e outros).
     Escultura – Caraterizada por peças de diferentes matérias, tais como madeira, calcário e marfim.
     Pintura – Esta coleção assenta basicamente em pinturas a óleo, sobre telas, dos séculos XVII a XIX, e assentam sobretudo em temas religiosos.
     Têxtil – É das coleções mais nobres do Museu, constituída por cerca de 2000 peças de paramentaria. As luvas e a mitra, foto abaixo, foram pertencentes ao Arcebispo D. Gonçalo Pereira, prelado da diocese, no século XIV.
     Mobiliário – Destaca-se desta colecção o órgão portátil, séc. XVII, adquirido pelo Arcebispo D. Luís de Sousa para o coro da Capela de S. Geraldo. E ainda a estante do coro, do séc. XVIII, que se encontra exposta no Coro Alto da Catedral.
     Cerâmica – Inclui faianças e peças de azulejaria, tais como jarrões de porcelana chinesa da Companhia das Índias – séc. XVII – XVIII.
     Arqueologia – Das peças expostas destaca-se um sarcófago romano-cristão do séc. V – VI, descoberto numa das dependências da Catedral.
     Terminada a significativa visita ao Museu Tesouro da Sé, eram 11H30, saímos pela porta localizada na Rua D. Diogo de Sousa (junto á Rua do Cabido) e lá fomos mais uma vez transitar pelas ruas e locais mais significativos da cidade de Braga, que vou agora referenciar:
1.  - RUA DA MISERICÓRDIA onde avistamos a fachada da Biblioteca Pública de Braga, formada com as livrarias dos conventos extintos por lei de 28 de Maio de 1834, tais como dos Conventos do Carmo, Falperra, S. Frutuoso, Pópulo e Tibães, da cidade de Braga; Conventos de Santo António dos Capuchos, S. Domingos, S. Francisco, Casa da Cruz e Casa da Costa, de Guimarães; Conventos da Franqueira, S. Francisco, Palme e Vilar de Frades, de Barcelos; Conventos de Rendufe e Bouro de Amares; Convento de Arnoia, de Celorico de Basto, e Convento de Refojos e Colégio de S. Bento, de Cabeceiras de Basto. Juntaram-se posteriormente os arquivos do Convento dos Congregados, constituídos por mais de vinte mil volumes. A Biblioteca tem em arquivo mais de 500 mil volumes. Foi fundada em 1841 e inaugurada em 16-9-1957. Desde 1975 que está integrada na U.M. (Universidade do Minho)
2.  - PRAÇA DO MUNÍCIPIO, aonde se situa o edifício da presidência da Câmara Municipal de Braga, cuja construção vai de 1756 a 1775 (projeto do Arq. André Soares) e que foi mandado construir para D. José de Bragança, príncipe e Arcebispo. As suas armas estão expostas no topo da fachada. Também sobre a porta principal do edifício da Câmara, e em nicho apropriado, destaca-se a imagem da Nossa Senhora do Livramento. O interior deste edifício merece referência pelos seus azulejos com motivos de monumentos da cidade e ainda a Sala das Sessões ou Salão Nobre.
3.  - JARDIM DE SANTA BÁRBARA, junto á ala Medieval do Paço episcopal Bracarense, é considerado um dos mais belos jardins públicos de Portugal, graças ao admirável colorido da basta quantidade e variedade de flores naturais que lá aparecem durante todo o ano. Ao centro do jardim destaca-se uma formosa fonte do estilo barroco do séc. XVII, que pertencia ao convento dos Remédios, encimada pela imagem de Santa Bárbara (mas … na foto que tirei a imagem de Santa Barbara não aparece! Porquê?) daí o nome do jardim.
4.  - RUA FRANCISCO SANCHES E LARGO S. JOÃO DO SOUTO onde estão as famosas e deliciosas “Frigideiras do Cantinho”. Do Largo espreitamos a Rua de Nossa Senhora do Lei, onde, no fundo, se vêem as costas da Sé Catedral. Neste Largo observamos ainda a Igreja de S. João do Souto e o conjunto da Capela e Casa dos Coimbras de onde sobressaem majestosas janelas do estilo Manuelino, lá deixadas ficar da primitiva casa quinhentista, mandada demolir em 1906, fruto de obras de várias reconstruções levadas a efeito na época por artistas biscainhos.O Palacete dos Coimbras, do séc XV, fora adquirido para residência de eclesiásticos. A Capela privada foi mandada edificar em 1525, por D. João de Coimbra, em dedicação a Nossa Senhora da Conceição. A Capela é da autoria dos mestres de biscainhos, construtores do Palácio dos Biscainhos
5.  - LARGO ENGENHEIRO CARLOS AMARANTE. Chegado a este local lá fui eu saborear os deliciosos bolinhos de bacalhau, ainda bem quentinhos, e uns rissóis de camarão, acompanhado de um bom café, na antiga pastelaria “A Favorita”. Neste Largo temos a Igreja de Santa Cruz, a Igreja do Hospital São Marcos, projetada por Carlos Amarante foi construída mo séc. XVIII. O Hospital de S. Marcos foi fundado em 1508 pelo arcebispo D. Diogo de Sousa que nele concentrou os hospitais e albergarias existentes. Ao centro temos um belo fontanário seiscentista, que estaria originalmente no Campo da Vinha, posteriormente transferido para este Largo no início do séc. XX. Está assente numa plataforma de com degraus. Numa das plataformas do obelisco temos quatro peixes de cuja boca jorra água.
6.  - RUA S. MARCOS, onde se encontra a Casa dos Crivos ou das Gelosias, exemplar arquitetónico dos séculos XVII e XVIII. Este Imóvel está classificado de Interesse Público.

     Regressamos então ao local por onde tínhamos começado e fizemos o regresso ao PEB em autocarro. Terminava assim satisfatoriamente o que se tinha planeado para esta manhã de sábado.
     Depois do almoço, às 15 horas, lá fomos nós girar pelos caminhos do triângulo turístico de Braga (Falperra, Sameiro e Bom Jesus), pontos naturais de beleza, de espaços verdes e excelentes paisagens, locais de visita obrigatória.

     Serra da Falperra:  Subimos uma ampla escadaria que nos conduziu á Igreja de Santa Maria Madalena e, sorte nossa se encontrava aberta por aguardar uma cerimónia de casamento. Igreja do estilo barroco mandada construir por ordem do Arcebispo D. Rodrigo Moura Teles. O seu interior é também ricamente decorado em estilo barroco, de onde se destaca o púlpito e o revestimento em azulejos do séc. XVIII, do ceramista Policarpo de Oliveira Fernandes.
Saímos e fomos levados para o alto do Monte Sameiro onde não podemos visitar o interior da Igreja por lá estar a decorrer cerimónia religiosa (Missa).
No entanto interessa destacar que o Santuário do Sameiro é, depois de Fátima, o maior centro de devoção mariana. Esta basílica é do estilo neoclássico, em forma de cruz latina. Um dia visitem o seu interior poderão admirar a lindíssima imagem de Nossa Senhora do Sameiro, o altar-mor em granito branco polido assim como o Sacrário, de 1,32 mt, todo revestido a prata cinzelada.
Este monumento foi construído no Monte Sameiro em honra da Imaculada Conceição da Virgem Maria. A construção foi iniciativa do Padre Martinho António Pereira da Silva, devota da Virgem Santíssima, e a sua primeira pedra foi lançada em 14 de Dezembro de 1863.
O início da Obra desta Santuário data de 31-AGO-1890, foi sagrado em 15-AGO-1963 e elevado á categoria de Basílica, pelo Papa Paulo VI, em 4-XI-1964. Deste primeiro monumento apenas resta a cabeça da Imagem (imagem esculpida em mármora branco, pelo artista italiano Emídio Amatuci, benzida em 29AGO1869 pelo Arcebispo Primaz D. João Moura), que foi encontrada intata, entre escombros, depois de o monumento ter sido destruído em 9 de Janeiro de 1883, por causas que de desconhecem.
No entanto, no exterior, podemos ver a Capela onde está exposta Nossa Senhora do Sameiro, a imponente escadaria, no topo da qual de levantam dois altos pilares, encimados da Virgem Maria e do Sagrado Coração de Jesus e ainda a gruta da Imaculada Conceição, que eu conheço como gruta da Nossa Senhora de Lourdes. No exterior da Basílica também se sobressai o zimbório (de onde se pode contemplar o mar) e a fachada é ladeada por duas torres, dotadas de carrilhão e sinos.
Descemos do Monte Sameiro em direção ao Monte do Bom Jesus. Aí encontramos a famosa instância turística, com mais de três séculos de história, possuidora dum bosque luxuriante, espécie de paraíso, lugar que a todos convida para um repouso e acolhimento, com fontes, mesas e bancos em pedra, com um lago de barcos pequenos, movidos a remos pelos seus utilizadores, restaurantes, bares e vários hóteis de grande qualidade.
Não é por mero acaso que daqui saiu a célebre frase “Ver Braga por um canudo”, devido existir um monóculo, que teria mais de um metro de comprimento, pelo qual se mirava a cidade.
Recordo bem, era eu miúdo, por esse óculo lia perfeitamente as matrículas das viaturas que circulavam na Rua Conselheiro Lobato, em Braga. Devido á sua história é pena não estar visivel aos olhos daqueles que o querem recordar. E são tantos a querer essa recordação.
Desde a Idade média que este Sacro-Monte é lugar de romagem. Romagem que apareceu no séc. XIV, quando alguém – talvez a seguir à Batalha do Salado (1340) – decidiu colocar uma cruz no alto da encosta do Monte. Bem depressa essa Cruz deu origem a uma ermida, que se tornou meta de muita peregrinação. A ermida pertenceu á paróquia de Tenões até 1629 data em que aparece um grupo de bracarenses que resolve construir uma nova Confraria do Bom Jesus com o objetivo de tudo fazer para o engrandecimento e nobreza deste centro de peregrinação. Estes bracarenses ssim o pensaram assim o concretizaram, pois a ermida de Santa Cruz do Monte deu origem ao grandioso Templo em honra da paixão de Cristo que hoje contemplamos.
Foi assim que, entre 1629 a 1722, a encosta íngreme do monte, virada á cidade, apareceu rasgada por um caminho, onde nas margens se construíram capelas com cenas representativas dos passos do Calvário.
Desde 1722 que o Arcebispo de Braga D. Rodrigo Moura Teles (pessoa com uma estatura muito pequena) meditava reconstituir cidade de Jerusalém aqui em Braga, para aqueles cristãos que não pudessem deslocar-se á Palestina, o pudessem fazer a sua peregrinação aqui, revivendo as cenas da Paixão do Senhor. Este grande pensamento acaba por redundar no Santuário do Bom Jesus do Monte atual.
O adro da Igreja, projectado por Carlos Amarante em 1784, apresenta 8 estátuas, que representam personagens que intervieram na condenação, paixão e morte de Cristo; a Igreja tem planta de cruz latina. Vejo a estátua de D. Longuinhos, a cavalo, que os Bracarenses sempre clamam, quando alguém os aborrece, dizendo: “Vai coçar os... do cavalo do Longuinhos”.
A estância do Bom Jesus não se limita a ser uma estância religiosa é também uma belissima estância hoteleira, onde um dia o Rei D. Carlos, numa sua estada em Braga, quis pernoitar num dos seus hotéis.
Continuemos então a narrar a viagem: Entrámos na mata do parque do Bom Jesus, pelo portão do parque onde se encontravam inúmeros cavalos aparelhados para aqueles que pretendam os utilizar para uma cavalgada pela estrada ou monte, percorremos o seu interior até ao Largo do Santuário. Chegados ao Santuário do Bom Jesus do Monte fomos visitar o interior da Catedral e o escadório das “Três Virtudes”, o que está mais próximo do Templo e por onde passa a Via Sacra do Bom Jesus.
Como mera curiosidade este Santuário serviu de inspiração a inúmeras construções religiosas pelo mundo fora como o Santuário dos Remédios (Lamego), Bom Jesus de Congonhas (Brasil), e outros.
A construção deste Templo foi da autoria do Arq. Bracarense Carlos Amarante por encomenda do Arcebispo D. Gaspar de Bragança, para substituir uma Igreja que já se encontrava em ruínas. Foi concluída em 1811, depois de ter sido iniciada em 1 de Junho de 1784.
O Bom Jesus do Monte também é conhecido pelos seus escadórios que vencem um desnível de cerca de 116 metros, com patamares onde se encontram “Capelas” com as cenas da vida e Paixão de Cristo, inúmeras fontes para saciar a sede e minimizar o cansaço. Fazer a caminhada, escadórios acima, é um sacrifício prazenteiro. Os escadórios estão divididos em três partes: Escadório do Pórtico, Escadório dos Cinco Sentidos e Escadórios das Três Virtudes.
    - O Escadório do Pórtico é o primeiro lanço de escadas, o início dos escadórios para a subida até ao adro do templo, conhecido por Terreiro de Moisés. Na entrada do escadório temos um Pórtico que ostenta o brasão do Arcebispo D. Rodrigo Teles.
    - O Escadório dos Cinco Sentidos possui cinco lances de escadas, intervalados por cinco patamares com fontes alegóricas aos cinco sentidos (Visão, Audição, Olfato, Paladar e Tato). Nestas fontes estão inscritas frases como «Fontes de púrpura abriu então o ódio amargo; agora o amor transforma-os aqui em cristais para ti»; «Varão prudente, toma-as por um sonho e assim vigiarás»; «Aqueles que feridos olhavam saravam»; «Eu vejo uma cara vigilante»; “Que cantava ao som da cítara, presidindo os que cantavam e louvavam o Senhor»; «Ao meu ouvido darás gozo e alegria»; «Tua voz soe aos meus ouvidos»; «Dai flores como o lírio e rescendei suave cheiro»; «A tua estatura é semelhante a uma palmeira... e o cheiro da tua boca é como o das maçãs»; «A tua terra seja cheia das bênçãos do senhor, dos frutos do céu e do orvalho»; «Provei um pouco de mel na ponta duma vara e eis porque morro»; «As minhas entranhas estremeceram ao seu toque»; «Tocou a minha boca» e «Chega-te a mim, meu filho, para que te toque».
    - O Escadório das Três Virtudes, é aquele escadório que normalmente se vêem nas fotos tiradas á Catedral, porque dela está mais próximo. Possui três fontes dedicadas às Virtudes Teologais: A FÉ, ESPERANÇA, CARIDADE. Nestas fontes estão gravadas com algumas frases que reproduzo: A primeira fonte, a Fé, possui a inscrição «Correrão dele águas vivas»;   A segunda fonte, a  Esperança, tem inscrito: «Arca na qual... se salvaram almas»; A terceira, a fonte da Caridade, simbolizada por uma estátua de mulher com duas crianças nos braços: «São três estas virtudes... a maior delas, porém, é a caridade».
Os escadórios, que têm um total de 581 degraus, culminam no Largo da Fonte do Pelicano a que se segue o átrio do Templo.
Terminada a visita ao Santuário fomos conhecer os famosos e centenários funiculares, inaugurados a 25 de Março de 1882, sem registo de qualquer acidente, os mais antigos no mundo a utilizar o sistema de contrapeso de água. Num deles descemos o declive da encosta do Monte de Bom Jesus até ao pórtico. Onde o autocarro nos esperava e,
              de lá, regressamos ao P.E.B.
de onde abalamos às 20H00 para o merecido jantar, que seria servido no conhecido restaurante de Braga, o “CITY RIO”. Nos esperava o prato tradicional da Casa, o célebre “Churrasco á Brasileira”, acompanhado por bom vinho á descrição. O Presidente da Câmara, Senhor Engenheiro Mesquita Machado fez-se representar pelo Senhor Alfredo Cardoso que, em nome do Presidente Mesquita Machado, nos manifestou as boas vindas à cidade, os seus cumprimentos e as maiores felecidades para os companheiros presentes nesta acampavana.
No final do jantar tivemos o tradicional bailarico que passou para lá da meia-noite. Depois, o regresso em autocarro, porque nos esperava... uma boa e merecida soneca.
Domingo, pelas 9H30 duma outra manhã radioso, cheia de luz oriunda dum magnífico sol, lá fomos de autocarro cedido pela CMB com destino ao
Theatro Circo
onde, o seu Administrador Executivo, Senhor Rui Madeira (*), nos esperava para nos guiar excepcionalmente pelo interior do Theatro. A imponência deste Theatro mais se rebelou pela forma como o nosso prestigiado guia nos narrou a “vida” deste teatro. Como foi enriquecedora esta visita. O nosso muito obrigado.
A visita ao Theatro Circo, como disse comentada pelo Sr. Rui Madeira, teve o seu início no átrio do theatro, mais conhecido por FOYER.
Logo aí começamos por nos aperceber da imponência da arquitetura deste edificio,  de início do séc. XX. Mas o melhor ainda estava por acontecer. Quando os companheiros entraram na Sala principal deste Teatro ficam estarrecidos pela beleza que se depara perante os seus olhares e logo se sentem agraciados por tão admirável cenário.
Sumptuosa sala, de requinte e de muita beleza. É a sala mais nobre que a cidade tem. O lustre central  e a tela de boca de cena (que não estava descida, mas como podem ver em foto abaixo, é uma tela grandiosamente bela) nos levam para a vivacidade de outros tempos e para aquele “Glamour” de sempre. A sala tem uma lotação para 899 lugares sentados e é uma das infra-estruturas tecnicamente mais sofisticadas de toda a Europa.
Saímos da sala de espetáculos e fomos para o “Salão Nobre”, outro espaço emblemático do Theatro Circo, muito sóbrio e com aquele requinte dos elementos decorativos como a talha, os frescos, os lustres, os mármores e gessos, como também pelo esplendoroso banco estofado em veludo vermelho vivo, de onde sobressaem as talhas douradas.
Meus amigos, as fotos falam por mim. Este edifício é um espaço dislumbrante.


Um pouco de história sobre o Theatro Circo

Estávamos em 1906 e a cidade de Braga, como o resto do País, assiste a um grande desenvolvimento teatral. O então Presidente da Câmara Municipal de Braga (Artur José Soares), conduziu um grupo de bracarenses a idealizar um teatro muito maior, o THEATRO CIRCO, para assim satisfazerem a necessidade da cidade. Na data a cidade possuia uma pequena sala de teatro (teatro São Geraldo) que se localizava precisamente onde hoje fica o Banco de Portugal.
Construído o Theatro Circo o velho Teatro São Geraldo é vendido ao Banco de Portugal, que aí edificaria mais tarde a atual delegação.
O Theatro Circo foi projetado pelo Arq. Moura Coutinho e inaugurado em 21 de Abril de 1915. Moura Coutinho que também projetou os edifícios do Banco de Portugal. O Nosso Café, Asilo Conde Agrolongo e outros.
No período compreendido entre 1918 e 1925 o Teatro assiste a grande espetáculos, como as óperas de Puccini, Aida, de Verdi e de muitos outros artistas.
O Cinema sonoro chega na década de trinta e exibições de filmes, como os de Charles Chaplin e de Rudolfo Valentino levam ao declínio das artes do teatro.


 (*) Pela forma e pela simpatia como nos recebeu merece que aqui deixe informação detalhada de:

Quem é Rui Madeira?

É Encenador/Actor.
Nasceu em Santarém, em 1955
Director artístico da Companhia de Teatro de Braga.
Administrador Executivo do Teatro Circo de Braga desde 1988.
Actor profissional desde 1975.
Encenador desde 1981.
Em 1980 funda no Porto, com outros elementos, a CENA, desde 1984 Companhia de Teatro de Braga, residente no Teatro Circo de Braga.
Participou como actor em peças de Brecht, Marivaux, Kateb Yacine, Shakespeare, B. Santareno, Garrett, Gunter Grass, Karl Valentin, Musset, Albee, Buchner, J. P. Sarrazac, Corneille, Gil Vicente, Strindberg, A. Patrício, M. Teixeira Gomes, Claudel, John Arden, Osborne, Ibsen, McEwan, Barrie Keefe, Tchekov, Nelson Rodrigues, Alexej Schipenko, entre outros.
Encenou Musset, Tourgueniev, Gil Vicente, A. Patrício, Marivaux, Garrett, K. Valentin, Robert Pinget, Paul Claudel, Almeida Garrett, John Osborne, Ibsen, Botho Strauss, Camilo Castelo Branco, Thomas Bernhard, Ian McEwan, Bertolt Brecht, Federico Garcia Lorca, Tchekov, Alexej Schipenko, Nelson Rodrigues, Franz Xaver Kroetz, Manoel Teixeira-Gomes, entre outros. Trabalhou no teatro com encenadores como Mário Barradas, Luis Varela, Júlio Cardoso, Stefan Stroux, Jean Piertre Sarrazac, Robert Pinget, Manoel Guede-Oliva, Anna Langhoff, Georg Astalos, Alexej Schipenko, entre outras personalidades nacionais e estrangeiras. Tem trabalhado no âmbito do teatro em Espanha, Brasil, Moçambique, Itália, Roménia, Alemanha e São Tomé e Príncipe.
É membro da direcção da Cena Lusófona – Associação Portuguesa para o Intercâmbio Teatral entre países de língua oficial portuguesa. É professor responsável da disciplina: “ O Corpo e a Vontade” no Curso de Estudos Artísticos e Culturais da Universidade Católica / Braga.Integrou o Secretariado Organizador do 1º FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). O convite do Ministério da Cultura, integrou em 1996, um Grupo de Trabalho para estudar a situação do Teatro em Portugal.Foi presidente do Secretariado da A.T.A.D.T. – Associação Técnica e Artística da Descentralização Teatral, em 1983/84, estrutura que englobava as 12 Companhias da descentralização.Participa como actor em cinema (Ao Longo da Estrada de Rui Ramos, longa metragem para a RTP em 1981; Vertige de Christine Laurent; Passagem ou a Meio Caminho de Jorge Silva Melo e em televisão, depois de algumas peças e séries para a RTP no início dos anos oitenta, voltou mais recentemente a participar nas telenovelas “Mistura Fina”; “Tempo de Viver”, e na série juvenil “Morangos com Açúcar”. Acaba de participar no telefilme “Superiores Interesses” na série Casos da Vida e no filme de Francisco Manso: Aristides Sousa Mendes. Foi Director do Jornal diário Correio do Minho, durante 1991.Integrou o Comité de Leitura para Portugal do projecto internacional “Pretexte”, de L’Association Française Action Artistique (A.F.A.A.). Foi membro do Conselho de Administração da Associação Internacional “Villes et Cinemas en Europe”. É Presidente do Conselho de Administração da Fundação Cultural Bracara Augusta, entidade que reúne as Universidades do Minho e Católica, Câmara Municipal de Braga e Cabido da Sé de Braga.

Terminada a visita a este magnífico edifício fomos, no autocarro que nos esperava, para o Museu dos Biscainhos. Lá chegados percorremos todo o seu interior, agora todo recuperado, e o seu decorativo jardim.
Esta casa palácio foi durante três séculos residência da família dos Condes de Bertiandos. Em 10 de Julho de 1963, com o falecimento do último proprietário (3º Conde de Bertiandos) passou á posse da cidade, por doação do mesmo nas vésperas da morte.
Foi fundado no século XVI e durante séculos foi modificado, exibe terraços com jardins ornamentados e grandes salões com tetos luxuosos, com peças portuguesas e estrangeiras (mobiliário, ourivesaria, cerâmicas, vidros, têxteis etc.), instrumentos musicais, meios de transporte, da época compreendida entre o século XVII e XIX. O pavimento da entrada principal do Palácio, feito de grandes pedras em granito, estão sulcadas pelas rodas das carroagens que por ali passaram (durante séculos) para desembarcar os passageiros no hall e seguirem para as cavalariças situadas nas traseiras da casa. O Palácio é transformado em Museu Público a partir de 11 de Fevereiro de 1978.
O palácio e os jardins barrocos revelam o quotidiano da nobreza setecentista.
O jardim, de cerca de 1750, é considerado um dos mais importantes jardins históricos do período Barroco em Portugal.
O jardim é enriquecido com diversas fontes e esculturas barrocas. A embelezá-lo, existem janelas e portões ornamentais, encimados por pináculos ou por meninos com charamelas, esculturas decorativas, painéis de azulejos policromos, cinco fontes de repuxo, um pavilhão de jardim, um mirante e duas monumentais e paralelas casas de fresco (construídas por árvores vivas) de japoneiras oitocentistas com chafarizes no interior.
Dentre as várias árvores existentes, a mais notável é um majestoso tulipeiro da Virgínia (Liriodendron tulipifera) plantado no século XVIII.
No reinado de D. Luís I, o jardim mereceu a honra de ser visitado pela família real a convite dos condes de Bertiandos, senhores do Palácio dos Biscainhos.
Aproximava-nos das 12H30 quando terminamos a visita. Entramos no Autocarro e regressamos ao local onde estavam as autocaravanas.

ASSIM, NOS FINALMENTES, TODOS RESPIRAMOS E PODEMOS DIZER:

“PORREIRO, PÁ!”

Extra programa ainda fui visitar o Mosteiro de Tibães, na companhia de muitos outros companheiros, onde tinhamos uma visita marcada para as 15H00. O Mosteiro de Tibães já está quase todo recuperado.
HISTÓRIA DO MOSTEIRO
O MOSTEIRO DE SÃO MARTINHO DE TIBÃES, ANTIGA CASA MÃE DA CONGREGAÇÃO BENEDITINA PORTUGUESA, SITUA-SE NA REGIÃO NORTE DE PORTUGAL, A 6 KMS A NOROESTE DE BRAGA, NA FREGUESIA DE MIRE DE TIBÃES.
PROPRIEDADE DO ESTADO PORTUGUÊS E AFECTO AO INSTITUTO PORTUGUÊS DO PATRIMÓNIO ARQUITECTÓNICO/MINISTÉRIO DA CULTURA ESTÁ CLASSIFICADO COMO IMÓVEL DE INTERESSE PÚBLICO DESDE 1944 E ENCONTRA-SE, DESDE 1994, PROTEGIDO POR UMA ZONA ESPECIAL DE PROTECÇÃO.O CRUZEIRO DO TERREIRO É MONUMENTO NACIONAL DESDE 1910.
FUNDADO EM FINAIS DO SÉCULO XI, QUANDO O CONDADO PORTUCALENSE COMEÇAVA A AFIRMAR-SE E OS MONGES DE CLUNY INTRODUZIAM A REGRA MONÁSTICA DE SÃO BENTO, ARVOROU-SE, COM O APOIO REAL E AS CONCESSÕES DE CARTAS DE COUTO, NUM DOS MAIS RICOS E PODEROSOS MOSTEIROS DO NORTE DE PORTUGAL. A CRISE DEMOGRÁFICA E ECONÓMICA QUE, A PARTIR DE MEADOS DO SÉCULO XIV, SE INSTALOU EM PORTUGAL VEIO REFLECTIR-SE DURAMENTE NO QUOTIDIANO MONÁSTICO DE TIBÃES QUE VIVEU UM LONGO PERÍODO DE DECADÊNCIA MATERIAL E ESPIRITUAL. COM O SÉCULO XVI, E NA PERSECUÇÃO DAS RESOLUÇÕES DO CONCÍLIO DE TRENTO, O MOSTEIRO DE S. MARTINHO DE TIBÃES RECEBE A NOVA REFORMA MONÁSTICA, PARTICIPA NA FUNDAÇÃO DA CONGREGAÇÃO DOS MONGES NEGROS DE SÃO BENTO DOS REINOS DE PORTUGAL E TORNA-SE CASA MÃE DE TODOS OS MOSTEIROS BENEDITINOS. ESPAÇO MONUMENTAL BELÍSSIMO ASSUME-SE, DURANTE OS SÉCULOS XVII E XVIII, COMO IMPORTANTE CENTRO PRODUTOR E DIFUSOR DE CULTURAS E ESTÉTICAS, TRANSFORMANDO-SE NUM DOS MAIORES E MAIS IMPORTANTES CONJUNTOS MONÁSTICOS BENEDITINOS E NUM LUGAR DE EXCEPÇÃO DO PENSAMENTO E ARTE PORTUGUESES.
COM A EXTINÇÃO DAS ORDENS RELIGIOSAS EM PORTUGAL, EM 1834, O MOSTEIRO É ENCERRADO E OS SEUS BENS, MÓVEIS E IMÓVEIS, VENDIDOS EM HASTA PÚBLICA OU INTEGRADOS EM COLECÇÕES DE MUSEUS E BIBLIOTECAS NACIONAIS ESTE PROCESSO SÓ TERMINARIA EM 1864 COM A COMPRA, POR PRIVADOS, DE GRANDE PARTE DO EDIFÍCIO CONVENTUAL.
DESAFECTADO DAS SUAS FUNÇÕES INICIAIS, COM EXCEPÇÃO DAS DE IGREJA E DE RESIDÊNCIA, O MOSTEIRO DE SÃO MARTINHO DE TIBÃES VIRÁ ASSISTIR, SOBRETUDO A PARTIR DOS ANOS SETENTA DO SÉCULO PASSADO, À DELAPIDAÇÃO DO SEU PATRIMÓNIO NUCLEAR, À DEGRADAÇÃO E MESMO À RUÍNA.
DESTA SITUAÇÃO É RESGATADO EM 1986 PELA COMPRA PELO ESTADO PORTUGUÊS DA MAIOR PARTE DA PROPRIEDADE EM USO PRIVADO.

ESTE ESCRITO, POR MIM PASSADO, TAMBÉM COMPREENDEU COM A AJUDA DE OBRAS LITERÁRIAS DE REGISTO HISTÓRICO E DE CONSULTAS PROCURADAS DA NET.

QUE DILUVIO ...

SETE FONTES

LOCAL PODE SER VISITADO

POR SER DE BRAGA ... SOU DO BRAGA

RIR É O MELHOR

COMO É BOM RECORDAR OS MEUS 18 ANOS, QUE BOM MESMO !!